Destaques do Open Finance na Febraban Tech

A edição do Febraban Tech 2022, considerado hoje o maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro da América Latina, trouxe como tema central a “nova realidade global e a transformação acelerada”.

Com dezenas de palestras de grandes nomes do mercado financeiro e do universo digital, o Open Finance recebeu destaque, assim como a participação das fintechs em meio a ele.

Sistema financeiro aberto deve injetar R$ 94 bilhões em financiamentos para pessoa física

Um estudo realizado pela Serasa Experian demonstrou que o Open Banking pode movimentar na economia brasileira cerca de R$ 94 bilhões em crédito para pessoa física. No Febraban Tech, Leonardo Enrique, head de Open Banking da Serasa Experian, destacou a importância de identificar as necessidades de crédito de cada pessoa em vários momentos da sua vida. “Temos que ofertar produtos e serviços no momento em que faça sentido para o consumidor. Então, a identificação do micro momento de cada pessoa é tão importante quanto a identificação dos produtos que podem ser ofertados para ela”, disse Leonardo Enrique.

Adoção de padrões e códigos abertos reforça requisitos de proteção do sistema


Cristiano Gomes, responsável por Plataformas Digitais e Ecossistemas do Bradesco, apontou o Open Finance do Brasil como o mais seguro do mundo, com padrões abertos e uma inteligência de segurança construída coletivamente entre os usuários.

Soluções para que a segurança não deixe de continuar evoluindo também foram destacadas, como as constantes análises do Banco Central, os processos de certificação digital e a atenção à engenharia social, que afastam aqueles que tentam manipular clientes finais a fornecerem seus dados.

Afinal, também com observações de Marcelo Braga, presidente e líder de Tecnologia na IBM Brasil, e Jayme Chataque de Moraes, head de Open Finance e CBDC do Santander Brasil, uma coisa é certa: é preciso manter a vigilância em 100% do tempo.

Fase 4 do Open Finance exige cooperação e coordenação de reguladores

A Fase 4 do Open Finance será marcada pelo início do compartilhamento de informações sobre novos produtos, como de investimentos, previdência, seguros e câmbio, e deverá exigir a integração do Banco Central do Brasil (Bacen) com outros órgãos reguladores, trazendo novos desafios.

“Será um movimento complexo, porque teremos outras governanças. Estamos conversando com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), quando a gente fala de seguros, e temos também a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Vamos começar um trabalho mais próximo”, disse João André Pereira, chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Bacen, sobre essa necessidade de integração.

Segundo ele, todo o processo de implementação do Open Finance passou por dois pontos essenciais de complexidade: colocar todo mundo na mesma direção e comunicar as mudanças com a sociedade, que continuam decisivos na Fase 4.

Sistema financeiro aberto adotado no Brasil torna-se referência global

“Vamos superar os 10 milhões de consentimentos ainda em 2022, talvez até o fim do terceiro trimestre do ano. Na minha visão, o Brasil passa a ser o líder mundial de Open Finance em termos de crescimento de consentimentos”, afirmou Ivo Mósca, superintendente executivo de Open Finance, Digital Payments & Cripto no Itaú Unibanco.

O crescimento acelerado do Open Finance em tão pouco tempo está diretamente relacionado ao comportamento do consumidor brasileiro, disposto a testar inovações e já com uma compreensão maior sobre os retornos positivos que terão a partir do consentimento em compartilhar seus dados.

Agora, é necessário evoluir em questões mercadológica e garantir que os dados estejam disponíveis no momento necessário.

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